Resumo
O acolhimento realizado no CAPS expressa-se como postura política dos profissionais de saúde frente aos usuários do serviço, bem como, no espaço de escuta, registro das informações iniciais e classificação de risco. A partir das inquietações surgidas diante dos acolhimentos realizados na minha prática psicólogo residente na Residência Multiprofissional de Saúde Mental da Secretaria Municipal de Saúde de Campo Grande-MS. Utilizou-se a práxis como modo de atuação e reflexão, que engendrou a transformação do acolhimento durante o período de residência. O presente texto tem por objetivo discutir a estratégia do acolhimento estendido no tempo, como forma de potencializar o acolhimento como uma aposta temporal. A partir dos conceitos da ética da alteridade, política da amizade e do tempo como abertura, buscamos embasar teoricamente os slides que expressam o potencial terapêutico do acolhimento estendido no tempo como a possibilidade do usuário retornar em um outro momento ao espaço-relação de acolhimento. Assim, a inclusão da dimensão temporal favorece o vínculo e a responsabilização, e possibilita desdobramentos subjetivos, melhor articulação da RAPS e melhor entendimento da demanda.