MORO ONDE NÃO MORA NINGUÉM


Autor(es): Mariana Cardoso Da Silva

UF/Cidade: São Paulo – Araçatuba

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Período: 07/2021- 01/2024

Instituição/Serviço: CAPS III

Público: Usuários – adultos, Trabalhadores e trabalhadoras da RAPS, Família/comunidade, Gestores ou coordenadores do serviço

Articulação RAPS: UBS

Articulação com outros setores: Defensoria Pública, CRAS, CREAS e Centro POP


Resumo

A experiência consiste em um relato referente a uma usuária com transtorno mental grave e delirante do município de Araçatuba – SP. A usuária permaneceu em situação de rua por aproximadamente 10 anos, sendo um desafio para a RAPS do município, dada sua agressividade e persecutoriedade. Embora a RAPS se empenhasse em promover cuidados garantindo a liberdade e autonomia da usuária, era objetivada sua sensibilização para início do tratamento psiquiátrico, para que outras estratégias de cuidado fossem traçadas. No entanto, a inexistência de vínculo familiar e a cronicidade do transtorno mental da usuária eram obstáculos enfrentados.

Durante meses a profissional enfermeira e técnica de referência da usuária realizou visitas na rua para iniciar um processo de vinculação, estabelecendo a confiança mútua, para que uma abordagem fosse realizada com objetivo de tratamento intensivo para estabilização do quadro psiquiátrico. A abordagem foi realizada por meio de diálogo baseado em seu próprio delírio, visto que o manejo com a usuária era realizado através da atuação da profissional como parte desse delírio. A abordagem referida foi realizada no CAPS 3, garantindo que fosse menos expositiva e traumática, pois a usuária estaria sendo retirada do local que reconhece como lar: a rua.

Após sucesso da abordagem foram traçadas e executadas estratégias de cuidado e fortalecido o vínculo da usuária com profissionais do CAPS, onde permaneceu em hospitalidade noturna. A usuária infelizmente faleceu 6 meses depois, por complicações clínicas.

Palavras-chave: autonomia, Cuidado, Situação de rua, vinculo

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