Resumo
Até o ano de 2015, a oferta de cuidados em saúde mental encontrava-se centralizada nos serviços de saúde mental, tomados pela rede como “especializados”. Estes, vinham operando numa perspectiva “ambulatorizada”, predominando a oferta de atividades agendadas e a dificuldade para sustentar as situações de crise. No Ambulatório de Saúde Mental, o cuidado era medicocentrado, com importantes barreiras de acesso. Tal situação levou a um número expressivo de internações, apenas nos anos de 2013 e 2014, houve 234 internações em hospitais psiquiátricos e comunidades terapêuticas.
A partir do segundo semestre de 2015, inicia-se o processo de qualificação da RAPS, com ações visando a ampliação dos pontos de atenção, aprimoramento dos processos e articulação da rede. Entre estas, destacam-se: a transformação do CAPS AD em AD III; a implantação de uma Enfermaria de Retaguarda de Saúde Mental no hospital geral; a reconfiguração do Ambulatório de Saúde Mental em CAPS II, a implantação de 03 Serviços Residenciais Terapêuticos (SRTs) e 02 Unidades de Acolhimento (UAA e UAI). Também fizeram parte deste processo, a reformulação do modo de organização do trabalho nos equipamentos, com os CAPS passando a atuar com “portas abertas”, garantindo o acolhimento à crise a qualquer tempo, a retomada do projeto de matriciamento em saúde mental, junto às UBSs, a aproximação com o Poder Judiciário, e o investimento na formação dos profissionais da RAPS e rede intersetorial.
Neste processo, o município chegou a zerar o número de novas internações em hospitais psiquiátricos, bem como o número de moradores em HP.