Resumo
Desde 2015, o município de Jundiaí implementa o apoio matricial entre os serviços de saúde mental, como CAPS, UBS e NASF, visando integrar a atenção básica à saúde mental. Durante as reuniões de matriciamento, observou-se o distanciamento dos usuários em relação aos cuidados, com predominância de consultas médicas e pouca participação em atividades coletivas. Para reverter essa situação, a equipe propôs a criação de grupos de referência no território, com o objetivo de aproximar os usuários das equipes de saúde e fortalecer o vínculo com o bairro.
Os encontros, realizados em espaços públicos e com atividades como música e piquenique, buscavam ampliar a circulação dos usuários, promover a interação social e fortalecer o sentimento de pertencimento ao território. A proposta visou valorizar as singularidades dos sujeitos, estreitar os laços entre os moradores e criar uma experiência de horizontalidade entre profissionais e usuários. Além disso, as interações com Agentes Comunitários de Saúde (ACS) enriqueceram o processo, facilitando o engajamento dos moradores no cuidado. A abordagem propôs uma reinterpretação do cuidado em saúde mental, considerando o território e as vivências dos usuários como elementos centrais.
A experiência mostrou-se eficaz em humanizar o atendimento, integrando as práticas de saúde mental com a vida cotidiana da comunidade. O projeto será expandido, com planos de criar mapas cartográficos pelos usuários para representar suas conexões e trajetos no bairro, promovendo uma assistência mais próxima e respeitosa com as diversidades locais.
