Resumo
Os retrocessos dos últimos tempos agravaram o sofrimento da população devido às demandas de cuidado, escassez de profissionais com formação, gestores com posturas autoritárias, práticas voltadas ao favorecimento da cultura manicomial e do hospital psiquiátrico ainda existente no Município. Um grupo de profissionais da saúde mental se organizou para lutar pela garantia da RAPS. Apesar das tentativas de silenciamentos o grupo avançou, se articulando cada vez mais com diferentes atores sociais.
A reativação das assembleias, aproximação do Conselho de Saúde, realização da 1ªConferência de Saúde Mental, em 2022, e atividades relacionadas à luta antimanicomial nos territórios, deram visibilidade ao movimento, pois envolveu profissionais, docentes, estudantes, familiares e usuários, promovendo educação popular.
A aproximação com o legislativo, após uma visita à Câmara Municipal, abriu o diálogo sobre o tema na Escola do Legislativo. A gestão desmanchou o coletivo do fórum e retirou estudantes do CAPS, mas em dezembro de 2023 foi criado o Grupo de Trabalho (GT) Saúde Mental em Pauta. Em 2024 as atividades realizadas foram: Caminhada pela Vida, Fórum Popular de Saúde Mental e Animação Amarela articulando os veículos de imprensa local, serviços da saúde, assistência social, educação, judiciário, conselhos profissionais, controle social, sindicato e movimentos sociais.
O grupo realizou diálogos com os candidatos ao cargo do executivo municipal, que assinaram a carta de compromisso e inseriram propostas nos planos de governo, conforme os princípios da RAPS, o cuidado em liberdade e comunitário, a democratização, a participação popular e o protagonismo dos usuários e trabalhadores do SUS.