Resumo
O caso de Lírio, um advogado autônomo de 36 anos, destaca a complexidade do atendimento em saúde mental e o processo de mudança de um serviço para CAPS. Em 2023, ele procurou o então CEAPS com diagnósticos de transtorno afetivo bipolar e transtorno de personalidade borderline. O acompanhamento, realizado por uma psicóloga em sua primeira experiência com um caso grave, envolveu acolhimento, escuta e a construção de um vínculo de confiança. Durante o processo, após a separação da esposa e iminência de tentativa de suicídio, Lírio foi encaminhado ao Pronto Socorro e no dia seguinte para hospitalidade noturna no CAPS III, estando a psicóloga acompanhando e sentindo junto estar nesses lugares.
Embora tenha inicialmente hesitado em ficar, aceitou o apoio de amigos e retornou para iniciar a hospitalidade no dia seguinte. A participação da família foi crucial para fortalecer vínculos e estabelecer uma rede de apoio. Ao longo do acompanhamento, Lírio começou a lidar melhor com suas emoções, e a convivência com os filhos tornou-se mais leve e com menos autocobrança. As intervenções promovidas permitiram que ele expressasse suas angústias e construísse novas dinâmicas familiares. Apesar de ainda enfrentar pensamentos suicidas, as crises tornaram-se menos frequentes e intensas.
Ao final, Lírio não só melhorou sua condição, mas também se sentiu fortalecido para compartilhar sua experiência, enfatizando a importância da prevenção do suicídio através de entrevista para a TV. O acompanhamento próximo e respeitoso foi fundamental para seu progresso e autoconhecimento, se sentindo mais à vontade de ser quem é.