Resumo
Os corpos que transitam pelo CAPS, por diversas vezes, são marcados pelo preconceito, isolamento e violência. Alguns trazem consigo as marcas físicas do sofrimento e da dificuldade em (sobre)viver com transtorno mental em uma sociedade baseada na produção capitalista, com concepções higienistas em saúde e práticas manicomiais. Além disso, alguns ainda apresentam Comorbidades físicas; Dificuldades Cognitivas e de Comunicação. Esta experiência retrata as oficinas terapêuticas que utilizam as Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (PICS) como recursos terapêuticos e que abordam o corpo e a experiência do viver, a fim de ampliar a qualidade de vida, estimular a interação e partilha de experiências entre os usuários através de técnicas de: Artesanato, Auriculoterapia, Dança e Meditação.
As oficinas de Dança e Artesanato são mediadas por duas professoras parceiras, cedidas pela Casa da Cultura. Tais técnicas são acompanhadas pela questão “O que pode um corpo?” reflexão das potências e pelo convite a experimentar esse corpo em diferentes formas de expressão e movimento, estimulando as habilidades físicas, cognitivas e de relacionamento interpessoal. Através de tais abordagens é possível destacar o engajamento no autocuidado em saúde mental – devido a participação ativa e interativa nas oficinas terapêuticas. O estímulo das habilidades físicas, cognitivas e criativas, colocando os corpos em lugar de representatividade – em apresentações e exposições; O estar/fazer em grupo proporciona a ampliação de vínculos e redes de apoio dentro do próprio serviço e com a comunidade, ou seja, cumpre com a proposta de reabilitação psicossocial de forma orgânica e integrada.