Resumo
No Centro de Atenção Psicossocial Infantojuvenil (CAPSi), após a observação de manejos inadequados à crise, que acarretavam distanciamento da proposta elaborada pela Política Nacional de Humanização (HumanizaSUS), suscitou-se a retomada de práticas relativas ao atendimento à crise prevista nas legislações sobre saúde mental. As crises psiquiátricas eram percebidas como descontrole e/ou cegueira de ações de usuários, assimilando-se com surtos psicóticos, pois, às vezes, ocorriam heteroagressividade dirigidas aos objetos. As ações iniciais eram a contenção física e, simultaneamente, contenção medicamentosa. Nas reuniões de equipe, era convocada a perspectiva dos profissionais para uma prática preconizada pelo Plano Nacional de Humanização (HumanizaSUS), fomentando manejos referenciados. Embora alguns profissionais mantivessem suas perspectivas pessoais, ao atuarem com os demais membros da equipe, tornavam-se fortalecidos no atendimento à crise, promovendo manejos mais adequados. O reconhecimento da condição pessoal/profissional fez a diferença no atendimento à crise. As reuniões de equipe e a participação em eventos de capacitação ofertados aos membros da equipe, também proporcionaram espaços reflexivos para ampliação de perspectiva em relação à prática profissional para o atendimento à crise. Diante da compreensão integral sobre usuários e o serviço ofertado pelo CAPSi, os manejos se tornaram mais humanizados, técnicos e focados na demanda, inclusive, promovendo a continuidade do cuidado com a elaboração de Projeto Terapêutico Singular (PTS) traçado. A escuta terapêutica e o entendimento sobre a necessidade de práticas profissionais conjuntas, ou seja, atendimento à crise em interdisciplinaridade, trouxeram a ampliação do olhar sobre saúde mental e o promovendo o desenvolvimento da reabilitação psicossocial.
