Resumo
Este projeto é parte do compromisso com a efetivação da Reforma Psiquiátrica no Brasil e a promoção da saúde mental como direito. Desenvolvido em Erechim (RS), ele se destaca pela criação de estratégias de apoio matricial sistemáticas entre diferentes níveis de atenção, uma das premissas estruturantes do SUS. Realizado nas 12 Unidades Básicas de Saúde (UBS), além da UBS prisional, a experiência coloca em prática o matriciamento para articular serviços de Atenção Primária e dispositivos de saúde mental, proporcionando a humanização e o cuidado em liberdade. Desde julho de 2022, todas as terças e quintas-feiras, as equipes de Atenção Psicossocial (CAPS e ambulatórios) se deslocam até as UBS em agendas pactuadas, promovendo encontros regulares para discutir casos com as equipes (participam do encontro médicos, enfermeiros, agentes comunitários, técnicos de enfermagem), favorecendo o compartilhamento de saberes e o desenvolvimento de Projetos Terapêuticos Singulares (PTS).
A inclusão da UBS prisional reforça o compromisso com um cuidado integral e antimanicomial, com o apoio matricial em defesa de políticas antimanicomiais, combatendo estigmas e a medicalização excessiva. Até agora, foram realizadas mais de 200 ações presenciais, que consolidam o matriciamento como tecnologia essencial de cuidado no SUS, capaz de integrar diferentes saberes e práticas, garantindo a assistência psicossocial integral. Este projeto evidencia o potencial do apoio matricial em sustentar uma rede psicossocial ativa, inclusiva e transformadora, que fortalece o direito à saúde mental e promove a dignidade no cuidado.