Resumo
Em abril de 2015, um processo de desinstitucionalização em Barbacena-MG resultou na saída de um morador de uma clínica psiquiátrica após 21 anos de internação, iniciando sua vivência em um Serviço Residencial Terapêutico. A adaptação foi difícil devido ao longo período de institucionalização, e ele precisou mudar de residência em março de 2016. Durante essa transição, surgiram conflitos de convivência, e ele frequentemente saía de casa, chegando a desaparecer por dias. Esse comportamento foi observado pela equipe, que, ao longo do tempo, adaptou seu Projeto Terapêutico Singular para entender suas necessidades e garantir sua reintegração social sem privá-lo de sua liberdade. As intervenções incluíram apoio psicológico no CAPS, fortalecimento de vínculos e estratégias para negociar o retorno à residência.
A equipe trabalhou também com a comunidade para reduzir estigmas e facilitar sua inserção. Em 2018, com a mudança para um novo endereço, surgiram novos desafios, mas o processo continuou respeitando a singularidade do morador. Em 2024, quando se pensava que ele havia atingido um estágio avançado de reabilitação, ele iniciou novas atividades, como aulas de hidroginástica e frequentava o Centro de Convivência e Cultura. Esse processo destaca a importância do Serviço Residencial Terapêutico, que, através de um cuidado dinâmico e centrado no Projeto Terapêutico Singular, possibilita a reabilitação psicossocial e a vivência em liberdade, respeitando as necessidades e escolhas do indivíduo.