Desambulatorização do CAPS: um movimento necessário


Autor(es): Maria Paula Naves Vasconcelos

UF/Cidade: Minas Gerais – Três Pontas

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Período: 01/2019 – 09/2024

Instituição/Serviço: CAPS I

Público: Usuários – adultos, Trabalhadores e trabalhadoras da RAPS, Família/comunidade

Articulação RAPS: Unidades Básicas de Saúde, SAMU, Pronto Atendimento Municipal, leitos de saúde mental no hospital geral

Articulação com outros setores: Assistência social


Resumo

Três Pontas é um município de médio porte da região sul de Minas Gerais que conta com um serviço especializado de Saúde Mental desde 1991. Este serviço era denominado NAPS, um ambulatório que prestava atendimentos individualizados em Neurologia, Psicologia e Psiquiatria, passando a ser CAPS I em 2003. Apesar dos avanços e de ser considerado referência regional, quando chego ao serviço em 2019 percebo a ambulatorização do cuidado ainda muito presente. A equipe se dividia entre “ambulatório e CAPS”, sendo CAPS somente as ações de psicopedagoga e terapeuta ocupacional na permanência-dia. Nas reuniões de equipe efetuamos discussões a respeito da necessidade de “desambulatorização”, montamos grupo de estudos interno (que continua funcionando hoje) como forma de educação permanente e de nos manter atualizados quanto a teorias e práticas da Atenção Psicossocial.

Conseguimos que as Unidades Básicas de Saúde passassem a contar com profissionais de Saúde Mental para atendimento das demandas de sofrimento mental leve e moderado e assim foi possível que todos profissionais do CAPS saíssem dos “consultórios” e se envolvessem em ações coletivas e comunitárias de Saúde Mental. Como alguns dos frutos destas ações em equipe, instituímos de lá pra cá: grupos reflexivos diversos, oficinas de arte, culinária, leitura, horta, atividades esportivas, passeios terapêuticos visando ocupação da cidade pelos usuários, viagens, grupos de familiares, assembleias, ações de matriciamento e outros. O cuidado a boa parte dos usuários continua acontecendo através das consultas e atendimentos das diversas especialidades, mas de forma muito menos dicotomizada e mais coerente com a clínica ampliada.

Palavras-chave: Atenção Psicossocial, Desambulatorização, Educação Permanente

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