Resumo
A violência contra a mulher, expressão mais extrema e explicita do patriarcado, pode ser entendida como toda e qualquer ação que fere a dignidade e integridade física/psicológica da mulher e se constitui como um problema de ordem pública e política. Nesse sentido, problematizar sobre direitos humanos, gênero e diversidades para adolescentes é desnaturalizar a ideologia patriarcal que coloca a mulher em posição de subordinação e inferioridade. Nessa perspectiva surge o projeto “Protagonismo Feminino”, justificado pela necessidade de auxiliar as adolescentes em acompanhamento psicossocial no CAPSi, no reconhecimento como sujeitos de direitos e não como objeto de satisfação e cuidado do outro, bem como, possibilitar a ressignificação das experiências abusivas por elas vivenciadas.
Esse projeto teve a duração de 4 meses, ocorrendo entre agosto e novembro de 2023, no CAPS i de Manhuaçu, com encontros quinzenais, com duração de duas horas. E envolveu 07 adolescentes, com idades entre 12 e 17 anos, que tiveram seu histórico de vida marcado por experiências de violências e violação de direitos em seus diversos subtipos, tendo como arcabouço teórico e técnico a arteterapia conduzidos pela psicóloga e arteterapeuta Astharianna Barros. O projeto visou possibilitar a ressignificação das experiências de violências a partir da pintura de mulheres de diversos grupos étnicos raciais e culturais. Promover reflexões a partir de construções individuais e coletivas, possibilitando a identificação, o apoio mútuo e a sororidade. Proporcionar o resgate da autoestima, trabalhar a autoimagem, o auto-cuidado, a autoconfiança, autodefesa e o autoamor. A Arteterapia revelou-se um recurso potente.