Resumo
Trabalhar como assistente social no Centro de Atenção Psicossocial – CAPS II de Palmas, Tocantins, tem sido uma experiência desafiadora e enriquecedora. Atuando em uma equipe multiprofissional, lidamos com questões que vão além da saúde mental, envolvendo aspectos sociais, econômicos e culturais. No dia a dia, realizamos atendimentos individuais e em grupo, visitas domiciliares e articulações com a rede socioassistencial. Um dos maiores desafios é combater o estigma associado à saúde mental e garantir os direitos dos usuários. A falta de recursos financeiros e a insuficiência de serviços na comunidade limitam o nosso trabalho e impactam diretamente a qualidade do atendimento. A escassez de medicamentos é um problema grave que enfrentamos no CAPS II. Muitos usuários dependem de medicamentos específicos para manter a estabilidade e, quando esses faltam, o tratamento é comprometido, levando a crises e hospitalizações.
Explicar aos usuários e seus familiares que a falta de medicamentos não é intencional, mas resultado de problemas estruturais, é uma tarefa difícil e emocionalmente desgastante. A falta de medicamentos evidencia a necessidade de fortalecer a rede de atenção psicossocial e garantir o acesso equânime aos serviços e recursos. É preciso investir mais em políticas públicas que assegurem o direito à saúde mental e o acesso aos medicamentos essenciais. A garantia desse acesso é fundamental para a humanização e integralidade do cuidado. É urgente que os gestores públicos e a equipe multiprofissional se unam para pressionar por soluções que garantam o fornecimento regular de medicamentos na Rede de Atenção Psicossocial.