Resumo
Desde o início de minha trajetória como residente na saúde mental, enfrentei desafios significativos e momentos de intenso aprendizado. No Centro de Atenção Psicossocial (CAPS II), percebi a falta de protagonismo dos usuários, que muitas vezes não eram ouvidos adequadamente. Um caso marcante envolveu uma paciente cuja saúde mental não foi devidamente abordada durante uma consulta na Unidade Básica de Saúde (UBS). Intervi para garantir que ela fosse ouvida e acolhida adequadamente, o que resultou em uma significativa melhora em seu bem-estar. Continuando minha jornada na Rede de Atenção Psicossocial (RAPS), atuei no Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas (CAPS AD), onde enfatizei a importância de criar espaços de pertencimento para os usuários.
Para envolver ativamente os usuários foi organizado um grupo de WhatsApp denominado “Luta Antimanicomial” e reuniões presenciais para planejar as comemorações do Dia da Luta Antimanicomial. Os usuários participaram ativamente, contribuindo com suas opiniões e desejos. Essa experiência reforçou a importância de uma atenção integral e humanizada, baseada nos princípios da Reforma Psiquiátrica. A participação ativa dos usuários na organização das atividades demonstrou o impacto positivo de valorizar sua autonomia e dignidade. Este processo de inversão de protagonismo evidenciou que os serviços de saúde mental devem ser construídos a partir das necessidades e desejos dos próprios usuários, respeitando sua cidadania e protagonismo.