Resumo
No cotidiano do Caps III do município de Magé, o que fazer numa sexta-feira à tarde? O Sextou surgiu a partir de um batuque na mesa da varanda. Digo: “isso daí dava um bloco de carnaval hein…” Duas horas depois recebo o áudio de um samba com o refrão –“ O Caps III não é só medicação”. Em seguida participamos do evento da Luta Antimanicomial, cantamos a primeira versão à moda Sextou de Canta, canta minha gente de Martinho da Vila: “vem pro caps cantar alto que a vida vai melhorar”. Nas festas juninas, cantamos e dançamos muito forró. Teve até uma paródia muito criativa: “Quê que ocê foi fazer no Caps Maria Chiquinha, quê que ocê foi fazer no Caaaps”.
Em setembro, num piquenique festivo cantamos junto com Gonzaguinha “a beleza de ser um eterno aprendiz”. Novembro chega com uma roda de samba e mais uma versão à moda Sextou: “Deixa o caps me levar, caps leva eu”. Sextou é um happy hour do Caps? Apesar de aparentar ser apenas um entretenimento, é uma oficina clínica. Uma multiplicidade de músicas, ritmos e gostos, aberto ao inesperado. Hoje, o sextou ocupa toda sexta-feira do Caps: Um Esquenta na convivência, já com alguns usuários chegando, trazendo seus instrumentos e cantando, depois a Oficina, onde procuro situar o mais singular de cada um e tem o After, com os “ inimigos do fim” que abaixam o volume mas seguem “caminhando e cantando e seguindo a canção”, como já dizia Geraldo Vandré.