Resumo
Trata-se de um relato de experiência realizado pela equipe e usuários de um Centro de Atenção Psicossocial (CAPS II) localizado no município de Barra Mansa. Em 2018, sendo o espaço físico um problema, a equipe encontrou caminhos que a levou a compreender o real objetivo da instituição que é promover a autonomia dos usuários, bem como naturalizar a presença deles nos espaços públicos da cidade. Assim, a equipe, buscando inserir os pacientes em atividades artísticas e culturais, passou a construir “relações” com tais espaços. Pode -se dizer que, a partir de um “incômodo coletivo” da equipe com o trabalho ambulatorial que vinha sendo realizado em um espaço físico tão reduzido, novas formas de se relacionar com a cidade foram sendo construídas pela equipe junto aos usuários, das quais cita-se: – oficina de capoeira, uma oficina de dança; – grupo “Fazendo Arte”; – criação da “Caminhada Terapêutica” e “Clube do livro”.
Destaca-se que tais atividades foram se ampliando e possibilitando também novas construções como por exemplo uma parceria com o SESC de Barra Mansa, oportunizando em diversos momentos o acesso da equipe e usuários a shows e peças teatrais e etc. Desta forma, pode-se dizer que, além da inserção dos usuários nos espaços públicos, houve a aproximação e o desejo em expandir o contato com a Arte. A realização de todo este trabalho também inspirou e teve como consequência a criação da Lei Municipal 5.056/2023, que instituiu, de forma simbólica, o Centro de Convivência Cultural Cidade do Inconsciente.