Medicalização da infância e adolescência: a articulação intersetorial como uma ferramenta desmedicalizante


Autor(es): Débora Carvalho Grion, Magda Costa Barreto, Marcello Nattan Araújo Camargo

UF/Cidade: Rio de Janeiro – Rio de Janeiro

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Período: 03/2024

Instituição/Serviço: Deambulatório Maracanã

Público: Outro

Articulação com outros setores: Assistência Social


Resumo

Foi realizada oficina de troca sobre medicalização e patologização da infância entre um serviço da Rede de Atenção Psicossical (Deambulatório Maracanã) e um serviço da assistência social (Associação de Assistência Às Causas Sociais – AACS). A AACS oferece espaços de reabilitação e também outras atividades como música, desenho, informática e passeios culturais. A organização é do mesmo território do Deambulatório Maracanã. Desde o início da articulação entre os dois serviços, a AACS levanta a questão de que muitos cuidadores cujas crianças realizam acompanhamento solicitam a presença de um profissional da saúde na AACS, principalmente a demanda por um psiquiatra ou psicólogo. Realizamos uma conversa com os trabalhadores da AACS sobre o processo de medicalização social e da tomada dos fenômenos sociais pelo saber da psiquiatria e da psicologia.

Na medida em que a medicalização produz o processo de patologização e medicamentalização das infâncias e adolescências, a sociedade passa a associar qualquer tipo de cuidado às infâncias a um cuidado construído pelos saberes psi. A conversa possibilitou uma troca fundamental entre os trabalhadores da saúde mental e da assistência social para nos apropriarmos desse processo e construirmos uma parceria desmedicalizante alinhada entre os serviços, além de ser uma atividade de educação permanente para os profissionais do Deambulatório e da AACS. A articulação entre os serviços permanece ativa com reuniões entre os profissionais para discussão de casos e do território. A articulação intersetorial é uma ferramenta de desmedicalização fundamental para a construção de uma atenção psicossocial desmedicalizante.

Palavras-chave: Adolescência, articulação intersetorial, Infância, Medicalização, patologização

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