Resumo
A Secretaria de Estado de Saúde de Goiás, no ano de 2020, realizou em parceria com a Universidade Federal de Goiás um levantamento por meio de um formulário eletrônico acerca de informações sobre a Atenção à Saúde da População Migrante, Refugiados e Apátridas. Foi respondido pelos Gestores Municipais de Saúde e profissionais de saúde do Estado. O objetivo foi de mapear a população migrante nos municípios e identificar acesso e demandas de atendimento em saúde na Rede, sendo evidenciado também informações em saúde mental. Há o reconhecimento de dificuldades de acesso a atendimentos da população migrante, impostas pela questão da língua e da cultura. Os dados também apontaram que os migrantes internacionais estão espalhados por todo o Estado.
Dos 246 municípios goianos, 59,3% responderam ao questionário, destes: 27,5% responderam que sabiam da existência dessa população. As principais nacionalidades relatadas como existentes nos municípios foram: Venezuelanos (16,7%), Haitianos, (14,8%), e Cubanos (9,3%). Com relação as unidades de saúde mais procuradas para o atendimento das demandas de saúde dessa população, as unidades básicas foram as mais citadas, correspondendo a 93,5% das respostas, seguido pelos Hospitais, 72,6%, Postos de Vacinação, 62,9% Centros Especializados, e 41,9% ocorreram em Centro de Atenção Psicossocial. Dos atendimentos de saúde realizados, o transtorno e/ou sofrimento mental leve a moderado apareceu com 32,7%. Conclui-se que estes resultados revelam uma dimensão importante de sofrimento mental dos migrantes residentes em Goiás e sua busca também por atendimento em saúde mental no SUS, no qual ainda carece de atenção equânime e intercultural.