Resumo
O Sítio Histórico e Patrimônio Cultural Kalunga (SHPCK), localizado no nordeste de Goiás, abriga a maior comunidade quilombola do Brasil, com características culturais preservadas, mas enfrenta desafios significativos, como dificuldade de acesso, na maior parte do território e vulnerabilidade social. Este relato de experiência destaca uma pesquisa aplicada e empírica sobre o uso de álcool e drogas na comunidade, abordando as redes de cuidado e questões de racismo e biopoder.
A metodologia adotada incluiu a aproximação do território, com uma visitas sucessivas ao SHPCK. Parcerias com a Coordenação de Equidade da Secretaria de Estado da Saúde, Secretaria de Igualdade Racial e da Mulher da prefeitura de Cavalcante, Associação Quilombo Kalunga foram fundamentais, possibilitando a ampliação das ações no SHPCK. A observação participante durante as festas do Vão de Almas e do Vão do Moleque permitiu a observação de algumas práticas culturais.
A participação nas festas Kalunga são essenciais para a identidade comunitária. Foram realizados grupos focais com Agentes Comunitários de Saúde (ACS) e um curso de extensão para capacitar os ACS sobre saúde da população negra. Além disso, a aplicação de questionários, entrevistas e trabalho de campo ajudou a mapear a rede de cuidado da comunidade. A pesquisa culminou no fortalecimento da Rede Kalunga, integrando pesquisadores, entidades e membros da comunidade. Este trabalho foi resultado de uma pesquisa de doutorado financiada pela Fapeg.