Resumo
A Andorinha, natural de Minas Gerais, adentrou no sistema prisional em 2004, onde passou por um longo período de reclusão, até que fosse identificado que possuía diagnóstico de doença mental. Em 2007 teve sua pena convertida em medida de segurança, saiu do sistema prisional comum e foi admitida na Casa de Custódia Medida de segurança. Em 2016, teve a medida de segurança extinta, mas devido ao distanciamento das andorinhas parentes, foi abrigada na Casa 2, anexo da casa de custódia onde tornou-se moradora, mesmo sem dever nada à justiça e estar apta para tratamento ambulatorial e retorno ao ninho, não conseguiu voar.
Em 2024, após a criação da EAP-DESINST, foi iniciada uma busca ativa por resgate dos vínculos familiares e assim foi encontrada uma andorinha parente, que por um tempo voou para longe. Graças a abordagem de trabalho da EAP-DESINST com vistas em promover a desinstitucionalização segura e responsável, foi promovido um encontro entre as andorinhas, acompanhados por nossa equipe multiprofissional. Durante essa visita a Andorinha que estava na gaiola, cantou a canção “As andorinhas do Trio Parada Dura”, associando a música à sua história de vida, sendo notória a sua felicidade com a perspectiva de retorno. Em abril de 2024, após 20 anos, nossa andorinha retornou ao ninho. Durante o trajeto, ela cantava: “As andorinhas voltaram E eu também voltei Pousar no velho ninho Que um dia aqui deixei”. Capturamos esse momento através da voz da Andorinha, essa voz significou esperança e ecoará para o resto das nossas vidas.
