Resumo
Historicamente o Sistema Único de Saúde (SUS) vem enfrentando o desafio de atuar em meio a realidades de extrema vulnerabilidade social. Restrições de lazer e sociabilidade, condições precárias de trabalho, invisibilidade da população e grandes distâncias territoriais com frequência apresentam efeitos negativos no acesso da população aos serviços de saúde mental existentes, resultando em baixos índices de adesão às práticas de cuidado e aumento nos índices de sofrimento mental ou decorrente do uso de álcool e outras drogas. O presente trabalho objetiva relatar a experiência de implantação de uma “Equipe Itinerante de Saúde Mental” (EISM) no município de Contagem-MG como estratégia elaborada para fazer frente aos desafios encontrados em alguns de seus territórios.
Proposta inovadora, a EISM utiliza da potência criativa para se fazer ponte entre os serviços (que já existem) e a população (que tem dificuldades para acessá-los), ampliando as possibilidades de cuidado em saúde mental, tendo a itinerância como elemento definidor da equipe. Trata-se de um trabalho de costura, de ligação e fortalecimento das redes formais e informais de cuidados, de modo que a Equipe Itinerante configura um recurso a mais no território que busca fortalecer estratégias de amarração entre os casos e os pontos de cuidado, visando a promoção à saúde mental e integração dos cuidados ofertados.