Resumo
O “Núcleo de Apoio Matricial da Atenção Primária à Saúde” constituiu-se como serviço da RAPS de um município da região metropolitana de Porto Alegre (RS). Suas diretrizes operacionais estavam alinhadas à metodologia do Apoio Matricial e Equipe de Referência, retomada, em 2023, pelo Ministério da Saúde (MS) com a proposição das Equipes Multiprofissionais na Atenção Primária à Saúde (eMulti). O município demandou, da fundação de saúde local, a implementação de cinco equipes desta modalidade, com enfoque no cuidado em saúde mental. A gestão da fundação propôs, então, o “Núcleo de Apoio Matricial da Atenção Primária à Saúde”, organizado em micro-equipes regionalizadas, vinculadas às unidades de APS, enquanto modelo de trabalho interprofissional com lógica colaborativa, pautado pela dimensão territorial do cuidado, compreendendo articulações com a RAS e intersetoriais. Objetivou-se o fortalecimento da APS como ordenadora do cuidado, ampliando seu acesso, resolutividade e continuidade.
Em conjunto com a APS, o Núcleo realizava acolhimento e avaliação em saúde mental, elaborando planos de cuidado junto aos usuários e redes de apoio. O processo de trabalho baseou-se nas demandas territoriais e foi organizado em reuniões de matriciamento e encontros nas unidades, com atividades como educação permanente, discussões de caso, ações coletivas, visitas domiciliares, atendimentos individuais, etc. Também, foram desenvolvidos instrumentos de monitoramento, contribuindo para uma avaliação contínua das intervenções. Este modelo buscou superar a fragmentação do cuidado e promover uma clínica mais integrada e centrada na realidade dos territórios, enfatizando o trabalho em equipe e o fortalecimento da RAPS.
