Resumo
O artigo relata a experiência de implantação do Projeto AMPLIA – Atendimento Matricial de Psiquiatria: Local, Integral e Ampliado. Trata-se de ambulatório escola, criado a partir de uma exigência do MEC, para a formação de psiquiatras referente à prática ambulatorial. É um projeto da Residência de Psiquiatria da Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro, sediada no Instituto Municipal Philipe Pinel. Os ambulatórios de Saúde Mental com atendimento em psiquiatria não têm conseguido garantir a formação das competências que se espera de uma psiquiatra formado para trabalhar em serviço da RAPS. O profissional deve compreender que se trata de cuidado colaborativo, integral, de base territorial, que se constrói em liberdade e que privilegia a autonomia dos sujeitos. A discussão que fazemos é sobre os entraves e resistências que temos percebido no desenvolvimento do Projeto.
Nas Clínicas da Família com prática estabelecida de apoio matricial, o cuidado colaborativo, que envolve corresponsabilidade dos profissionais é bem-vindo. Nas clínicas onde esta cultura não está instituída, o trabalho emperra. Médicos e equipes superlotados, que dizem não ter tempo para “parar a agenda e discutir casos de saúde mental”. São médicos que parecem ressentidos com a escassez do recurso ambulatorial tradicional e que pedem, de forma implícita, ajuda que alivie a quantidade de casos para serem resolvidos. Discussões clínicas e aprendizado de como melhor manejar casos de saúde mental parece que são ações vistas como acréscimo de trabalho e não potência para a resolubilidade dos casos.
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