Resumo
Nos últimos anos, observamos grande dificuldade de ocupação de vagas e fixação de psiquiatras em Belo Horizonte, podendo, essa dificuldade, ser explicada por contextos macro e micro com causas diversas, como remuneração, condições de trabalho, formação, dentre outros fatores que não serão aqui exploradas. Há uma ocupação desigual na cidade e, historicamente, regionais mais periféricas têm sido preteridas pelos profissionais em questão. A cidade, de um modo geral, segue com um preocupante cenário de ausência de cobertura de psiquiatras e este contexto aponta para um prognóstico de escassez cada vez maior na realidade belorizontina, assim como na conjuntura mundial e brasileira. Esse diagnóstico nos convoca em busca de alternativas assistenciais e de processos de trabalho mais inovadores que superem a lógica ambulatorial centrada no especialista.
A partir da experiência do Projeto Emergencial de Apoio Matricial na Regional Barreiro desde maio 2023 onde experimentamos um apoio matricial virtual, incluindo, práticas compartilhadas e presenciais de forma colaborativa, tivemos, ao longo desse 1 ano de projeto, muitos desafios mas também resultados importantes que justificam, a manutenção e a expansão de forma gradual para outras regionais com maior escassez de médico de Saúde Mental na APS. Diante desse cenário, pretende-se avançar na construção do plano de apoio à cidade: Projeto de Apoio Matricial em Saúde Mental que visa localizar psiquiatras e médicos (com formação e experiência em saúde mental) que atuem na RAPS-BH que se disponham, em hora extra, a dedicar tempo sistematizado no Apoio Matricial às eSF dos Centros de Saúde.