Resumo
O território de atuação do CAPS III Adulto Brasilândia abriga aproximadamente 507 mil habitantes, caracterizado por significativa precarização da estrutura habitacional e violação de direitos humanos. O Núcleo de Moradia destaca a importância do direito à moradia e habitação para usuários com sofrimento psíquico grave. O Coletivo Fora da Casinha, direcionado aos que vivem em situação de rua ou em condições precárias de habitação, visa estabelecer conexões com outros coletivos de moradia, ativar redes corresponsáveis, facilitar acesso a políticas públicas relacionadas à habitação, apoiar usuários na obtenção de aluguéis e pensões, utilizando benefícios sociais ou inserção no mercado de trabalho, através de encontros onde os usuários compartilham experiências e co-constroem soluções.
Dois casos ilustram essa atuação: P.C, após ser expulso de casa e viver na rua, encontrou apoio no CAPS, onde reestabeleceu vínculos e começou a participar do Coletivo Fora da Casinha. Com a ajuda do grupo, conseguiu alugar uma casa próxima ao CAPS, garantindo assim sua moradia, autonomia e intensificação do cuidado psicossocial. L.S., com diagnóstico de esquizofrenia, a família utilizava seu benefício para custear internações involuntárias. Com apoio do núcleo, houve planejamento financeiro do benefício para pagar o aluguel e mobiliar sua casa. Como resultado, obteve-se a redução significativa das crises e fortalecimento da autonomia.
Os relatos evidenciam a experiência exitosa do núcleo que promove a redução dos impactos da insegurança habitacional, a partir da inter-relação entre moradia e reabilitação psicossocial, ressaltando a importância de incluir a voz dos usuários na formulação de estratégias que garantam direitos fundamentais.
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