Comissão Flores de Lótus: Maternidades Vulnerabilizadas


Autor(es): Estrella Camargo, Tamires Fernandes Roque

UF/Cidade: São Paulo – Jundiaí

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Período: Desde 11/2013

Instituição/Serviço: CAPS AD III “Maluco Beleza”

Público: Trabalhadores e trabalhadoras da RAPS

Articulação RAPS: Consultório na Rua, Hospital Universitário, Unidade de Acolhimento Adulta, Unidades Básicas de Saúde

Articulação com outros setores: Assistência Social, Educação, Sistema de Justiça, Defensoria Pública, Proteção da Criança e do Adolescente


Resumo

“O que o senhor diria para as mães que tiveram filhos adotados por estrangeiros? Eu diria para elas fazerem o mesmo que eu faço: rezem.” Essa foi a resposta do juiz responsável por adoções ilegais e internacionais em Jundiaí, São Paulo, nos anos 90.

O coletivo Mães da Praça do Fórum contestou as decisões judiciais arbitrárias, trazendo à tona uma rede maior do que quem autorizava, mas com pouquíssimos finais felizes. A marca na cidade, embora esquecida mais rapidamente do que o juiz assinava os papeis, deu origem à Comissão Flores de Lótus, um espaço intersetorial de cuidado à mulher gestante em condição de vulnerabilidade. Com a presença de 19 Serviços em encontros quinzenais, a Comissão conta com o CAPS AD III para mediar uma complicada gangorra de disputas de direitos entre a mãe e o bebê.

Como rezar não é uma política pública, foi através da força de trabalhadoras que enfrentaram muitas, mas muitas discussões — de caso e entre si — que o cuidado em rede vem sendo construído, buscando ser não só sensível e justo, mas também organizado e técnico. Para escapar da estratégia capitalista de culpabilizá-las pela própria vulnerabilidade, a Comissão tem se comprometido a criar e executar fluxos de trabalho que fortaleçam as mulheres quanto a seus direitos e deveres, respeitando sua realidade e apontando que ausência de moradia, o uso de substâncias, a violência de gênero, a falta de acesso ao planejamento familiar, burocracias e moralismo em atendimentos têm um mesmo responsável: o Estado.

Imagens
Palavras-chave: direitos, Infância, Maternidade, Rede Intersetorial

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