Resumo
Em 2009, iniciou-se o trabalho de um oficineiro e músico no CAPS, oferecendo oficinas de artesanato aos usuários. Contudo, observou-se uma limitação na interação dos participantes. Durante um evento Pascal, houve a oportunidade de vivenciar um momento musical com um coral convidado, que despertou um interesse e envolvimento genuíno de todos. A partir dessa experiência, o oficineiro decidiu iniciar um grupo de ensaio musical, enfrentando desafios como a baixa alfabetização de 80% dos usuários. Com persistência e muitos ensaios, os participantes ganharam confiança e começaram a se apresentar em eventos da rede de saúde, campanhas, fóruns e seminários.
Com o coral, os usuários desenvolveram autonomia, aprimoraram sua comunicação e habilidades de socialização, e tiveram suas autoestimas elevadas. A música tornou-se uma ferramenta transformadora, promovendo inclusão social, resgate de valores e fortalecendo o senso de pertencimento. O grupo utilizou diversos recursos, como caixas de som, microfones, instrumentos de percussão, violão, tablets emprestados e letras das músicas escritas. Apesar de desafios, como a falta de material musical e a necessidade de um olhar mais humanizado, o impacto na saúde mental dos usuários foi profundo: a música trouxe alívio emocional, expressão criativa e uma nova perspectiva de vida, impulsionando uma jornada de recuperação e bem-estar.