De Artista e louco: a construção de identidade artística, a arte, a cidade e a formação da ORQUESTRA RAPS


Autor(es): Juliana Deboni Conci, Taís Camargo, Janete Lazzari, Valeria Barancelli e Andresa Almeida

UF/Cidade: Rio Grande do Sul – Erechim

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Período: Desde 2022

Instituição/Serviço: Saúde Mental /SMS, CAPS II , CAPSad e Ambulatório de Saúde Mental

Público: Gestores ou coordenadores do serviço, Usuários – crianças ou adolescentes, Família/comunidade, Usuários – adultos

Articulação com outros setores: Secretaria de Cultura, FRINAPE e Secretaria de Desenvolvimento Econômico


Resumo

A experiência da Orquestra RAPS, originalmente formada por usuários da Saúde Mental de Erechim, ilustra uma interseção potente entre arte, a saúde mental e a cidade. Este grupo musical multi-instrumentista, criado em 2021, foi fruto da união de oficinas de coral, violão e percussão. Ainda que cada vez mais populares no campo da saúde mental, os grupos formados nos CAPS ainda permanecem numa espécie de “limbo cultural”, sobretudo da perspectiva de uma leitura cara à luta antimanicomial. Esta plataforma, e sua capacidade de resolução do sempre problemático discurso da “não adesão”, traz nas suas formas uma diferenciação: minimalista, inicia um processo de “amadurecimento”.

A discursividade que impregna a materialidade formal aponta para um acontecimento importante: uma nova configuração dos sujeitos, que passam a ser vistos em outra posição, um outro lugar, no protagonismo dos palcos. Nesse novo lugar social, os efeitos apontariam para uma espécie de identidade atravessada pela arte (a identificação com o repertório, a escolha do instrumento, o uso do microfone) caracterizada pela ampliação dos espaços sociais e elevado acesso a bens culturais e, portanto, a criação de uma identidade que poderíamos chamar, para fins terapêuticos ou profanos, artistas.

A proposta dessa experiência é refletir sobre a construção de significados e a identidade artística que se forma através da música. Ao invés de ser definida por diagnósticos, a identidade dos integrantes é moldada pela participação e pelo engajamento social, ampliando o escopo das discussões sobre saúde mental e a imprescindível dimensão cultural e o direito a cidade.

Palavras-chave: cidade, Grupos, Música, Saúde Mental

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