Resumo
Como psicóloga no Centro de Atenção Psicossocial (CAPS), vivenciei a importância do vínculo terapêutico na criação de um ambiente de acolhimento e segurança para os usuários. Em julho de 2024, ao ser remanejada para o CAPS, percebi a resistência dos pacientes em relação à troca de terapeutas, já que os profissionais anteriores haviam sido figuras de confiança para eles. Essa mudança trouxe sentimento de insegurança, tristeza e raiva entre os usuários, que se sentiam abandonados. Diante desse desafio, investi tempo na construção de uma nova conexão, acolhendo as expectativas e ansiedades dos pacientes. Para minimizar o impacto da troca, conversei com o terapeuta anterior para entender o histórico de cada paciente. Também organizei sessões de transição, onde os pacientes puderam compartilhar suas percepções e sentimentos, criando um espaço seguro para expor medos e angústias. Além disso, promovi atividades de integração que incentivaram a abertura e o diálogo. Essa experiência reforçou que o vínculo terapêutico é fundamental no CAPS e destacou a importância de transições cuidadosas para garantir a continuidade do tratamento. Assim, percebo a necessidade de legitimar políticas públicas que promovam e consolidem o vínculo terapêutico nos CAPS e expandam essa abordagem para toda a Rede de Atenção Psicossocial (RAPS). Também é essencial realizar capacitações contínuas para os profissionais da RAPS, focando em habilidades como escuta ativa, empatia e comunicação terapêutica, promovendo a integração entre os diversos pontos de atendimento.