Resumo
O presente relato baseia-se na experiência do Grupo de Família do Centro de Atenção Psicossocial – CAPS II/Araruama. Um dos objetivos principais é o fortalecimento de todos aqueles que são cuidadores dos usuários. As reflexões partem muitas vezes sobre o conceito de família e seus direitos priorizado as diretrizes da Lei da Reforma Psiquiátrica. A maioria dos participantes são compostas por mulheres. Elas, no que se refere ao quesito raça/cor, se declaram na maioria como negras e pardas. O principal efeito para os usuários é a melhoria na qualidade do atendimento porque as trocas de experiências refletem nas formas de cuidados em liberdade promovidos pelos familiares, pelos trabalhadores e pela sociedade em geral.
Nesse processo, há a necessidade de destacar a importância dos Conselhos de Direitos na fiscalização dos serviços ofertados. Por esse motivo, ocorre a mobilização política. Essa mobilização ficou enfraquecida durante a Pandemia do Novo Coronavírus. As reuniões presenciais foram suspensas devido ao isolamento social. Alguns direitos conquistados estavam em risco no ato presidencial conhecido como “Revogaço” que excluía o Serviço Residencial Terapêutico e Comissão de Acompanhamento do Programa de Volta Para Casa. Em 2021, as reuniões são retomadas semanalmente fortalecendo a participação e o acesso à informação.
O principal transtorno é o relacionado ao uso prejudicial de álcool e outras drogas. Durante as reuniões algumas vezes lemos textos de alguns autores para auxiliar nas reflexões e para formação de ações concretas nessa luta cotidiana. O grupo funciona como uma ação estratégica de suporte e cuidado.