Resumo
O fenômeno de pessoas em situação de rua vem aumentando devido a inúmeros fatores como o desemprego e as transformações econômicas. Essa condição se configura como uma síntese de determinações sociais fortemente marcadas pelo sistema capitalista. Cabe destacar que temos inúmeros relatos de pessoas em situação de rua que chegam aos serviços de saúde em situação de vulnerabilização devido a ameaças de milícias e traficantes que as obrigaram a sair de suas casas, impedindo o retorno para os locais que moravam. A situação de rua pode ser para algumas pessoas a única alternativa diante do percurso de pessoas que sofrem com transtornos mentais e questões que envolvem uso de álcool e outras drogas tem ainda essa vulnerabilidade aumentada.
No Rio de Janeiro notamos por vezes a presença de famílias inteiras na rua, contando com adolescentes. Nestes contextos temos uma junção de fatores que conjecturam a chamada situação de extrema vulnerabilidade onde um modelo assistencial na maioria das vezes não contempla as reais necessidades dessa população, sendo necessário o CAPS entrar como organizador de uma rede mais ampla e efetiva para estas pessoas. Este trabalho pretende contar a experiência de trabalho do CAPS AD e do CAPSi responsáveis pela Região Central e Portuária do Rio de Janeiro, a partir de um caso traçador que convoca toda uma rede a estar em duas cenas de uso de um território.