Resumo
O cinema de grupo é uma prática entre cinema, cuidado e educação que parte da pedagogia do dispositivo como método. A cada encontro um jogo/exercício de criação com palavras, sons e imagens organiza o nosso fazer. A partir deles nos orientamos em torno da criação no cinema, experimentando gestos de cineastas que compõe a história do cinema. Nos dividimos entre funções: escrita, gravação de áudio, filmagem, quem cuida do silêncio no set, edição. O processo do filme-carta, esse que apresentamos nessa mostra, foi o mais duradouro até então. Tivemos que criar estratégias próprias para essa grupalidade, levando em conta as diferenças que surgem na aplicação da pedagogia do dispositivo/cinema de grupo num espaço público de saúde mental.
“Para quem você quer dar notícias de você?”, “Você pode inventar essa pessoa ou mandar uma carta para uma árvore do jardim”. Os curtas reunidos nesse filme são ensaios e experimentações, e ele faz parte de um processo de criação em cinema dos usuários do cinema de grupo. Por ser um processo, não consideramos que ele esteja acabado. Para fazer os filmes primeiro escrevemos as cartas, depois gravamos o som, pensamos em qual imagem pode compor com aquele texto, gravamos essa imagem e montamos a imagem feita e pensada pelo grupo com o som gravado da carta. Apesar da carta surgir de uma pessoa, ela circula na mão e na imaginação do grupo, que aos poucos vai se constituindo como tal.
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