Resumo
O município de Bandeirantes/MS, de pequeno porte, enfrenta desafios na intersetorialidade entre saúde e educação. A saúde é predominantemente pública, com duas Unidades de Saúde da Família e vasta demanda de atendimentos. O município conta com 5 escolas públicas que frequentemente encaminham alunos para atendimentos psicológicos devido questões comportamentais, dificuldades de aprendizagem e possíveis transtornos do neurodesenvolvimento. Para melhorar os múltiplos encaminhamentos e melhora da comunicação entre saúde e escola, psicólogos da equipe multidisciplinar (E-multi) propuseram um espaço de troca de saberes entre as equipes de saúde e educação, promovendo reuniões mensais nas escolas. Essas discussões possibilitam a elaboração de Projetos Terapêuticos Singulares e ajudam a entender melhor as necessidades dos alunos e suas famílias, qualificando os encaminhamentos. O trabalho colaborativo tem demonstrado resultados positivos, promovendo um cuidado compartilhado e um aprendizado contínuo entre as equipes. Apesar dos desafios impostos pelo modelo biomédico predominante, a iniciativa fortalece as Políticas Públicas e a Rede de Atenção Psicossocial, especialmente para o público infantojuvenil. Essa experiência evidencia a importância do diálogo intersetorial na resolução das demandas apresentadas pelos pacientes e na formação de uma rede de apoio mais efetiva.