Resumo
Durante o planejamento de 2024, o CAPS III ADULTO BRASILÂNDIA propôs adotar o sistema de registro em prontuário SOAP (Subjetivo, Objetivo, Avaliação e Plano), inspirado na Medicina de Família e Comunidade. A iniciativa surge da necessidade de uma diretriz que defina quais informações de saúde mental devem constar em prontuário, por qual motivo e de que maneira elas se relacionariam entre si. Além de promover uniformidade entre os registros das Unidades Básicas de Saúde (UBS) e do CAPS, para melhor condução do matriciamento.
Focou-se em três aspectos: primeiro, a otimização do registro dos atendimentos. A alta demanda e a complexidade da escuta no SUS resultavam em registros incompletos e variados. A estrutura SOAP visa padronizar as informações, facilitando o acesso e a busca nos prontuários. Segundo, a escuta das palavras do usuário é fundamental. O uso de jargões psiquiátricos muitas vezes ofuscava as queixas e desejos dos usuários, e a nova abordagem pretende garantir que suas vozes sejam ouvidas e incluídas no raciocínio clínico. Por fim, a estruturação do raciocínio clínico é outro ponto central. O método SOAP visa conectar a coleta de informações, a avaliação dos problemas e o planejamento das intervenções, promovendo uma relação coesa entre escuta e condutas. A adaptação mais significativa foi mudar o campo “Objetivo” para “Observações”, focando nas percepções do trabalhador.
A implementação do método está em fase inicial, com discussões em equipe sobre os conceitos, experiências e implantação, com resultados preliminares de melhor direção, sentido para a escuta e planejamento das condutas.