Resumo
As UAAs são equipamentos de saúde, vinculados a um CAPSad, caracterizando-se como espaço de moradia transitória para pessoas fazem uso prejudicial de substâncias psicoativas (SPAs). O serviço tem como proposta aproximar-se do cuidado cotidiano dos indivíduos, tendo o morar e habitar como um dos eixos da Reabilitação Psicossocial, partindo do cuidado com a casa, saúde, ampliação do repertório relacional, de convivência, de circulação, propostas para acesso à renda, moradia e educação, aproximação familiar, entre outros. Para organização das atividades da casa são realizadas assembleias semanais.
O relato pretende compartilhar a efetivação de um desejo trazido em assembleia pelos moradores: ir à praia. A partir desse desejo elaborou-se estratégias para desenvolver a proposta, como formas de garantir renda para pagar passagens e alimentação, e articulação de rede com um serviço do município de Santos, que orientou e deu suporte para essa realização. Foram encontrados diversos desafios no processo, como articular transporte, pensar estratégias de geração de renda, entre outros.
Os resultados para moradores, trabalhadores e serviços envolvidos tiveram devolutivas importantes, exemplificado por algumas falas de moradores como, “me diverti tanto e nem precisei beber”. Os profissionais do serviço de Santos relataram a importância dessa articulação que reforçou na equipe local as pautas antimanicomiais e de cuidado territorial. Dessa forma, percebeu-se a potência das articulações de redes e da sustentação da legitimidade da assembleia enquanto espaço de construção coletiva, garantindo o protagonismo dos usuários e a sustentação de práticas antimanicomiais no cuidado de pessoas que fazem uso prejudicial de SPAs.