Resumo
Este relato de experiência busca contar a implantação de uma Oficina de Cinema no CAPS II Com-Viver, do município de Marília, interior do Estado de São Paulo. Durante o processo, a oficina recebeu uma solicitação da sociedade civil organizada por meio da Secretaria Municipal de Saúde devido à campanha “Setembro Amarelo”, para a produção de um vídeo informativo sobre a Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) da cidade. A produção do vídeo foi realizada entre agosto e setembro de 2024, inteiramente pela equipe da oficina de cinema, desde sua elaboração, gravação, até a sua edição, em conjunto com os usuários do serviço.
Diante dessa experiência, notamos que tanto os usuários quanto os trabalhadores, ao participarem da construção e se verem na tela, sentiam-se pertencentes e agentes ativos dessa rede, projetando-se no mundo. A oficina nasceu para experimentação de uma produção audiovisual, e também, principalmente, para produção de algo — de espaço, de coletividade, de partilha, de empoderamento, de sentido, de cuidado e de possibilidades de vida — produzir “com-junto”, pois “mesmo tomando uns comprimidinhos, eles conseguem”. “Com-tudo”, enfrenta os desafios da desvalorização da arte e da “loucura” enquanto produtora de cuidado, tanto pelos atores da Rede quanto pela sociedade em geral. Uma produção não produtivista; algo que parece impossível, por um fio, aproxima-se: um vídeo, uma oficina, um vínculo, uma informação, uma formação, um emaranhado e, por fim, uma rede.
