Resumo
Em 2017, o CAPS AD III de São José do Rio Preto iniciou um espaço de cultivo de plantas medicinais com espécies permitidas pela ANVISA, inspirado por experiências anteriores com comunidades no Nordeste do Brasil. Profissionais e pacientes colaboraram no preparo do solo e no plantio, criando uma “farmácia viva” que produzia chás, sabões ecológicos e óleos, beneficiando especialmente pacientes que frequentemente interrompiam tratamentos convencionais. A oficina foi concebida como uma estratégia terapêutica complementar, incentivando o autocuidado e valorizando saberes tradicionais, algo especialmente relevante no contexto pós-pandemia. Pacientes e equipe discutiram propriedades medicinais de ervas como hortelã, alecrim e camomila, promovendo uma troca de conhecimentos entre práticas populares e ciência.
A presença de um enfermeiro especializado facilitou o processo, enquanto a equipe se adaptou às necessidades e ritmo dos participantes. A oficina, estruturada em rodas de conversa e atividades práticas, fortaleceu o vínculo entre os pacientes e o CAPS, reduzindo ansiedade e promovendo o autocuidado. A produção de pomadas, chás e óleos teve impacto positivo no tratamento de feridas e sintomas respiratórios. Embora o projeto não tenha plenamente integrado a Rede de Atenção Psicossocial, destacou o potencial do cultivo de plantas como recurso terapêutico e valorizou saberes populares. A iniciativa mostrou-se inovadora em saúde mental, unindo ciência e tradição para promover um cuidado integral e fortalecer a autoestima e autonomia dos pacientes.