Resumo
A maternidade pode vir a ser uma experiência desafiadora, especialmente para mulheres que recebem diagnósticos de síndromes, deficiências ou transtornos em seus filhos. Esse cenário pode gerar luto e sentimentos de fracasso, culpa, além de mudanças significativas na rotina das mães para atender às necessidades do filho que passa a necessitar de um maior suporte. Por esse motivo foi criado o Programa de Atenção e Orientação às Mães Atípicas (PAOMA), e vem sendo executado no ambulatório de Saúde Mental Maria Mônica Aleixo Fernandes, em Monteiro, Paraíba oferecendo assistência psicológica e se necessário psiquiátrica a mães que enfrentam essa realidade.
Inicialmente foi realizado um encontro com 40 mulheres, focando em acolher suas demandas e explicar as etapas do programa, seguido da triagem que as direcionou à atendimentos psicológicos individual ou em grupo, dividindo em seguida dois grupos terapêuticos com 10 participantes, que se reúnem quinzenalmente. A proposta do programa é ofertar um lugar de cuidado para essas mulheres que por muito tempo se esqueceram de si, adormeceram sonhos, calaram dores e vivem entre as ambivalências da maternidade atípica.
Além do suporte psicológico, identificou-se a angústia em relação à exclusão do mercado de trabalho, em razão disso foi ofertado pela Rede de Atenção Psicossocial (RAPS), o curso de renda renascença, oficio muito popular na região, visando capacita-las e contribuir para seu empoderamento financeiro e emocional. Diante disso o PAOMA tem se mostrado um importante dispositivo favorecendo novas possibilidades e experenciando novas formas de existir.