Resumo
Introdução: Segundo a OMS(2001), o racismo causa forte impacto na saúde mental, sua invisibilidade é um elemento importante na construção do sofrimento psíquico negro e aumenta o índice de transtornos mentais e comportamentais devido ao uso de álcool e drogas. A Agência Brasil, aponta que em 2022, a população negra apresentou 10,4 mortes por uso de álcool por 100 mil habitantes; enquanto a taxa para as pessoas brancas foi de 7,9, ou seja, cerca de 30% superior. A portaria 3.088 de 2011, diz que a Rede de Atenção Psicossocial deve promover ações de combate a estigmas e preconceito. O CAPS Ad atende 490 usuários por mês, dentre eles, 73 usuários se autodeclaram pretos e 270 se autodeclaram pardos.
A experiência tem por objetivo refletir sobre o mês da consciência negra, promover discussões periódicas com os usuários e familiares do CAPS Ad visando ampliar debate étnico racial para a efetivação do cuidado. Realizamos 10 oficinas estruturadas semanais de 3h de duração no espaço de convivência do CAPS Ad, com usuários em hospitalidade diurna e noturna. Produção de materiais sobre diversidade artística, cultural, racismo estrutural, para o Sarau da Consciência Negra. Resultado: houve aumento da adesão, resgate da autoestima e fortalecimento do protagonismo negro.
Discutir diversidade produz redução de danos, pois dentre os usuários participantes, não houve recaídas no uso de substâncias psicoativas. O Sarau da Consciência Negra, é a materialização da luta antimanicomial, evidenciando que é possível tratamento em liberdade, através da arte e cultura enquanto dispositivo de cuidado e combate ao racismo.