Resumo
As Residências Terapêuticas, compõem a Rede de Atenção Psicossocial – RAPS, e são descritas na Portaria 106/2000 como “moradias destinadas a cuidar dos portadores de transtornos mentais, egressos de internações psiquiátricas de longa permanência, que não possuam suporte social e laços familiares e, que viabilizem sua inserção social”. Na prática, porém, este processo de reintegração não é uma tarefa simples, pois a compreensão sobre o fenômeno da loucura por parte da população, representa um obstáculo para a reabilitação psicossocial. O município de Santo André – São Paulo, foi um dos primeiros municípios a investir neste tipo de moradia, desinstitucionalizando no decorrer do tempo, todos os moradores com vínculo na cidade.
Considerando o processo de gestão, tema deste trabalho, reflete-se sobre seus desafios, não apenas do ponto de vista burocrático e administrativo, mas pelo dever de garantir diariamente, através, principalmente das equipes, a restituição dos direitos mínimos negados durante a institucionalização. Por outro lado, compreende-se que tal desafio trata-se, de como contribuir, para que haja verdadeiramente, por parte do morador, a apropriação deste novo espaço, e que, contudo, não seja apenas uma mudança de local, mas que seja possível habitar, ter a singularidade recuperada e não se tornar alienado a este processo.
Diante de tais questões, este trabalho objetiva destacar as reavaliações realizadas a partir desta gestão, desde 2021, com destaque para três eixos: 1. Reavaliação dos Processos de Trabalho em Saúde e Recursos Humanos; 2. Educação Permanente e 3. Reabilitação Psicossocial.