Resumo
Os Serviços Residenciais Terapêuticos SRT, descritos na Portaria 106/2000 “moradias destinadas a cuidar dos portadores de transtornos mentais, egressos de internações psiquiátricas de longa permanência, que não possuam suporte social e laços familiares e, que viabilizem sua inserção social”, são um potente equipamento na reapropriação da identidade, resgate da autonomia e reconstrução dos vínculos afetivos aos que, por décadas, foram privados da liberdade e não podem ter suas vidas restritas às SRTs ou serviços de saúde. Deste modo, o território de vida torna-se imprescindível no processo de Reabilitação Psicossocial e protagonismo dos moradores. A partir disso, e considerando o reestabelecimento das atividades no pós pandemia (2022), compreendeu-se a necessidade de promover a possibilidade desses moradores conhecerem e ocuparem outros espaços, estabelecendo novos vínculos e fortalecendo o protagonismo.
Além disso, refletiu-se sobre a importância de maior proximidade com demais áreas (lazer, cultura, esporte e educação), alargando os espaços de circulação territorial e considerando que o cuidado e a ideia de reabilitação psicossocial perpassam todos esses setores. Nesta ocasião, a cidade de Santo André/SP contava com seis Residências Terapêuticas e 41 moradores. Para a realização deste projeto, mapearam-se as atividades disponíveis no município, gratuitas e com distância inferior a 5 km das Residências Terapêuticas. As etapas foram planejadas e executadas pela gerente administrativa e pelo apoio técnico das Residências Terapêuticas, proporcionando diálogo, articulação, realização de algumas ações conjuntas com os diferentes setores citados.