Resumo
Este relato aborda a experiência de uma equipe eMulti na idealização e operacionalização de grupos terapêuticos em uma unidade de Atenção Primária à Saúde (APS) na área programática 5.2 do Rio de Janeiro. Reconhecendo o grupo terapêutico como uma ferramenta essencial de cuidado, o projeto foi pensado sob uma ótica transdisciplinar, descategorizando o modelo tradicional centrado no especialismo e promovendo a integralidade em saúde. O objetivo e aresentar a experiência de grupos terapêuticos desenvolvidos pela eMulti, baseados na transdisciplinaridade. Os grupos foram estruturados a partir das demandas da unidade e do território, com foco no sofrimento psíquico, autocuidado entre mulheres e consciência corporal. As atividades são realizadas regularmente, em rodas de conversa e práticas corporais, construídas de forma colaborativa com os usuários. A transdisciplinaridade permite a participação de diferentes profissionais, sem necessidade de direcionamento específico por categoria.
Isso fortalece os vínculos entre profissionais e usuários, promove maior autonomia dos participantes e otimiza os encaminhamentos para a Atenção Secundária, alinhando-se às diretrizes da Política Nacional de Atenção Básica. A prática reforça a importância da atuação da eMulti na construção coletiva, ampliando o escopo das ações do serviço e promovendo o autocuidado e suporte mútuo entre os participantes. A abordagem transdisciplinar, ao valorizar todas as vozes, fortalece o cuidado integral e a promoção de saúde.
A prática evidenciou a eficácia do uso de tecnologias leves no cuidado coletivo, embora tenha sido observada certa resistência dos usuários e desafios na participação das equipes mínimas devido à rotina intensa da unidade.