Os desafios das formações mediadas por tecnologias na área da saúde

outubro 2, 2020 14:47

As problemáticas explicitadas em experiências na saúde apresentadas no primeiro post foram relacionadas às categorias apresentadas no segundo texto. Como resultado desse cruzamento, identificou-se que, com exceção do componente de Segurança da Informação, todos os demais levantados nas esferas PedagógicaTécnica-operacional e Implicações do Formato de Sociedade Mediada por Tecnologia articulavam-se a elementos presentes em problemas descritos nos processos formativos à distância, no campo da saúde.

Desta maneira, foi realizado um trabalho de análise que permitiu construir indicadores para evidenciar as dificuldades transversais aos componentes subjacentes a cada esfera. O estudo foi elaborado da seguinte forma: as 42 experiências selecionadas na primeira fase foram relacionadas à categorização realizada na segunda, possibilitando, assim, o levantamento de problemas e desafios das formações mediadas por tecnologias.

Com base na análise de conteúdo das experiências, as dificuldades identificadas na relação com o campo da saúde foram agrupadas em indicadores que se articulam a um ou mais componentes de uma mesma esfera ou de diferentes esferas. Desta forma foi possível a construção de um mapa através do qual se identificam os fatores determinantes de cada indicador, que precisam ser trabalhados no âmbito da produção e da recepção das ofertas atualmente disponíveis para a educação permanente de profissionais de saúde na modalidade à distância.

São quatro os indicadores de problemas e desafios relacionados à formação de saúde mediada por tecnologia, com impacto direto no campo da saúde: Resistência à mudança; Distanciamento da prática; Limites relacionados ao modelo de educação online; Barreiras estruturais, organizacionais e institucionais. Estes indicadores associam-se em múltiplas direções e seus determinantes impactam todas as esferas (PedagógicaTécnica-operacional e Implicações do Formato de Sociedade Mediada por Tecnologia), produzindo resistências e apontando para um caminho que precisa observar esta modalidade educativa na saúde como um campo novo, que reclama novas práticas e compreensões. E que, embora multidisciplinar, partilhando semelhantes dificuldades encontradas no grande campo da Educação à distância, possui especificidades quando aplicada à saúde.

Mapa dos aspectos relacionados aos desafios da EAD na formação em saúde.

Resistência à mudança

A resistência é um indicador que atravessa todo o percurso formativo dos sujeitos envolvidos no processo de aprendizagem, embora se concentre mais nos aspectos culturalmente enraizados. Foram identificados cinco fatores que corroboram para que os agentes envolvidos no processo sejam resistentes à adoção de um modelo de educação à distância: Paradigma tradicional e biomédico; Inclusão do tutor no processo de ensino; Níveis de letramento digital; Flexibilização da relação tempo e espaçoCredibilidade.

A predominância do paradigma biomédico nas formações anteriores de todos os envolvidos no processo de aprendizagem, sejam eles docentes, discentes e tutores é transversal, uma vez que rejeita, objetiva e subjetivamente, outros modelos possíveis. Como resultado, todo o percurso de desenvolvimento das ofertas (a identificação da demanda, o planejamento, a escolha das tecnologias e formatos, a elaboração dos conteúdos e atividades, as estratégias de comunicação, o processamento diante das dinâmicas de interação e o apoio didático e tecnológico) é diretamente afetado por um postura transmissiva, de um lado, e passiva de outro. Isto porque, desconsidera as experiências dos participantes e não somente desprestigia um modelo reflexivo e dialógico, como causa insegurança e descrédito e, simbolicamente, posiciona os atores entre os produtores e os receptores da informação. Interfere nesse processo, neste sentido, a ausência de uma cultura de EAD, o que poderia ser considerado uma força contrária ao modelo vigente. 

O modelo biomédico enraizado nas experiências de aprendizagem da saúde interfere também na determinação dos papéis e funções, em especial relacionadas à inclusão do tutor no processo. Na EAD, o tutor tem o papel de mediar a troca de conhecimento, o que se antagoniza, no modelo transmissivo, ao papel do professor visto como detentor magno do conhecimento. A ausência de uma clara distinção dos papéis e funções gera confusão, em especial na relação com os estudantes que têm dificuldade de compreender propostas dialógicas e reflexivas e vinculam exclusivamente à figura do professor uma sensação de segurança e confiança. Esta substituição pela equipe de tutoria em determinadas formações ou atividades gera ainda outro problema de resistência estrutural, que diz respeito aos aspectos normativos das atividades profissionais: a não regulamentação da função de tutoria e a desvalorização do docente.

O terceiro e o quarto fatores estão relacionados às tecnologias de informação e comunicação, as TIC.  As ferramentas tecnológicas trazem muito benefícios, certamente, mas requerem um certo grau de letramento para que os usuários possam acessar, usar, compreender e, num nível mais elevado, fazer uso crítico e consciente enquanto produtores de conteúdo digital. Elas fazem parte do nosso cotidiano, mas seu uso para fins formativos ainda é carregado de preconceitos, descrédito e dificuldades operacionais, como a percepção da web como espaço apenas de entretenimento, a necessidade de expressar-se por escrito ou, questões mais práticas, como simplesmente fazer o login na plataforma, por exemplo. Os baixos níveis de letramento por parte de docentes e discentes são aspectos determinantes da resistência ao modelo de EAD, em especial na saúde, cuja formação tradicional tem pouca relação com a tecnologia e requer, por tradição, menos desenvolvimento textual nas produções acadêmicas, que majoritariamente mostram-se fortemente atreladas à avaliação de aprendizagem por meio de instrumentos objetivos. O que reforça ainda mais a mistificação em torno dela. A inexperiência em EAD, as dificuldades de uso, a falta de formação em tecnologias educacionais, a ausência da compreensão do funcionamento do ambiente virtual são apenas algumas das questões impeditivas.

Além das questões relacionadas ao letramento, as TIC, por sua própria natureza, propõem uma reconfiguração da relação entre os sujeitos, sugerindo a ampliação do tempo e do espaço nos processos de aprendizagem. Essa flexibilização (que permite que a “sala de aula” esteja tanto no trabalho, ou em casa, quanto adaptada ao tempo do cotidiano dos participantes e não determinada externamente) traz, em si, alguns problemas: a falta de tempo priorizado e exclusivo, a organização da vida acadêmica com a rotina e da agenda de trabalho, as questões familiares que interferem na dedicação à formação. Além disso, a ausência da relação física entre discentes e docentes gera em si um fator de desconfiança, descrença e ansiedade, já que cabe aos alunos a administração do próprio tempo para realizar as atividades. O que leva ao último fator transversal da resistência da EAD na formação de saúde: a baixa credibilidade das ofertas, geralmente associada a ideia de baixa qualidade e ineficiência.

Distanciamento da prática

O segundo indicativo de problema relacionado à formação mediada por tecnologia está articulado à realidade do trabalho em saúde. Isso se deve, principalmente, a quatro fatores: Contextualização da formação; Conhecimento das competências dos profissionais de saúde; Princípios e políticas do SUS; Determinantes sociais. Embora seja um aspecto transversal às esferas pedagógica, técnica-operacional e do formato da sociedade mediada por tecnologias, é no âmbito da arquitetura pedagógica e dos processos formativos que melhor são representados os problemas identificados.

Uma abordagem pedagógica propositiva deve contemplar atividades interventivas. Para tanto, o desenho educacional precisa prever essa relação entre teoria e prática, tanto do ponto de vista da concepção educacional (que parte da realidade como cenário pedagógico), quanto do conteúdo elaborado (que considera informações autênticas para a manipulação dos alunos), além das estratégias didáticas capazes de permiti-los compreender o que está instituído e avançar em proposições (no nível das atividades que articulem informações com postura crítica reflexiva). 

Esse pressuposto do modus operandi de um diálogo entre teoria e prática coloca-se como uma das dificuldades que emergem do problema das formações serem descontextualizadas da realidade não somente local, como também global. Tal descontextualização perpassa todo o planejamento da oferta, sendo reverberado pelas dificuldades dos docentes em fazer esta “ponte” com os serviços, seja por desconhecimento das competências dos profissionais de saúde ou pela não inclusão dos tutores e professores no processo de construção das ofertas.

Para além da ausência de um diálogo mais próximo com a realidade, os conteúdos não trazem uma relação direta com os valores e princípios constitucionais e das Políticas do SUS. Desponta-se, ainda, uma dificuldade de as informações abordarem os problemas de saúde autênticos e conseguirem fazer relação com seus determinantes sociais. Ou seja, com os aspectos locais com os quais os profissionais de saúde precisam lidar em seu cotidiano de trabalho. Esta desarticulação tem origem nas demandas e desenvolvimento das ofertas por parte das instituições solicitantes e executoras, que por questões relacionadas ao prazo de entrega ou pela ausência de uma proximidade com o contexto, por exemplo, poucas vezes são capazes de exemplificar a realidade das práticas de saúde.

Limites relacionados ao modelo de educação online

Este quesito diz respeito aos aspectos que limitam a educação online, mas que, conforme identificado, paradoxalmente representam uma possibilidade de potencialização. Embora este não seja um indicador exclusivo das ofertas da saúde, os aspectos interferem diretamente nas formações dos profissionais. Tais limites estão na base dos problemas identificados, estruturando as ofertas, percorrendo todo o percurso de aprendizagem e envolvendo todos os atores no processo. Foram encontrados os seguintes fatores que, se trabalhados de forma interdisciplinar entre as diferentes áreas que compõem a EAD, podem vir a contribuir para o reconhecimento do campo: Reflexões crítico-científicas; Estratégias e processos de sociabilidade e colaboratividade; Formas de avaliação. 

A ausência de reflexões crítico-científicas diz respeito às potencialidades e as limitações do uso da EAD para os processos formativos em saúde. Ainda que positivas, as mudanças propiciadas pelo ensino à distância precisam ser problematizadas de forma a abordar o modelo com criticidade e a fim de desenvolver uma melhoria constante do campo. Este aspecto, mais de ordem sociocultural, tem como principal dificuldade o desenvolvimento, absorção e ressignificação da produção científica, no intuito de torná-la útil para os processos educacionais. Desse modo, explicita-se a necessidade de criar condições para que a aprendizagem ocorra a partir do acesso à informação, inclusive e principalmente científicas. Articulado a este aspecto está a falta ou pouca difusão e socialização do conhecimento produzido. Do ponto de vista da difusão do conhecimento, mesmo que existam alguns espaços ainda pouco trabalhados na EAD, como chats e fóruns, estes, por si só, não garantem o processo almejado de socialização ou a construção de relações de copresença entre professores e estudantes, ou entre os próprios estudantes no processo de aprendizagem. O que se coloca em questão é a transposição dos meios às mediações sociais, capazes de dar sentido coletivo aos conteúdos apresentados, o que poderia ser trabalhado a partir da organização de momentos e espaços de debate e trocas de experiências e conhecimento. Uma tarefa difícil que implica o desenvolvimento de uma metodologia específica e de estratégias articuladas ao uso de tecnologias educacionais. Neste ponto, estão, ainda, as informações geradas pelos discentes a partir das atividades apresentadas e a forma como, na educação online, os resultados são raramente difundidos como produção acadêmico-científica.

Inter-relacionado aos processos de sociabilidade está a ausência de uma cultura de colaboração. Seja na forma como são pensadas e desenvolvidas as estratégias pedagógicas e ferramentas tecnológicas, seja nas experiências do processo de aprendizagem. Este é um ponto crucial para a experiência da educação à distância em particular, podendo ser observado ao mesmo tempo como aspecto limitador ou como condição de outros aspectos. Em outras palavras, há um hiato entre os aspectos teórico-conceituais de natureza dialógica que fundam os estudos em EAD e a forma como a colaboração é aplicada nas esferas pedagógica, operacional e tecnológica das ofertas. Digamos que esse hiato entre teoria e prática pode ser representado nos níveis: estratégico, instrumental, processual e experiencial. No nível estratégico, a ausência de um planejamento integrativo destinado aos recursos da saúde e a desarticulação com os recursos educacionais acarreta problemas na gestão da produção e da execução. Em termos instrumentais, percebe-se, por exemplo, a ausência de espaços de discussão que viabilizem de forma dinâmica a troca de experiências entre os estudantes e entre estes e o tutor ou o professor. As ferramentas usadas são estáticas e não são conjugadas, no nível processual, com dinâmicas colaborativas que se produzam a partir da interação entre as pessoas. O método de trabalho, seja no âmbito do planejamento, desenvolvimento e no percurso de aprendizagem, não privilegia, assim, a inter-relação entre os atores em todas as etapas (da construção de conteúdo, desenho do processo à formação das turmas e avaliação). Neste sentido, as experiências não privilegiam a participação enquanto parte da estrutura da oferta e do processo de aprendizagem. O que, consequentemente, não valoriza o compartilhamento do processo de trabalho.  

O que se nota, por fim, é que embora as ferramentas viabilizem as trocas de alguma forma, os processos e as experiências são aparentemente um reflexo do modelo tradicional biomédico. O que se percebe, ainda, pelo último fator limitador da educação online: as formas de avaliação e feedback das atividades. Sobre as atividades, um dos pontos de maior relevância identificado inclusive como fator de evasão foi o baixo nível de apoio por parte dos docentes, que acabam por não cumprir prazos ou não estimulam o diálogo sobre as tarefas desenvolvidas ou sua avaliação. Quanto a avaliação, percebe-se, assim, um enfoque excessivamente quantitativo e pouco colaborativo que se constitua como parte do processo de aprendizagem. O que pode ser demonstrado tanto no cumprimento das tarefas quanto no percurso da formação. Neste ponto, foi ainda identificado como dificuldade a autoavaliação dos discentes, que aborde a percepção de si e que propicie o desenvolvimento de processos significativos, bem como a ausência de um padrão entre as ofertas desenvolvidas por diferentes instituições.

Barreiras estruturais, organizacionais e institucionais

Este indicador transversaliza aspectos Tecnológicos, Ergonômicos e Políticos que caracterizam as ofertas de EAD na saúde. Do ponto de vista tecnológico, foram identificadas questões relacionadas à disponibilização de recursos adequados de infraestrutura e suporte que viabilizem o acesso, a manutenção e estabilidade. Neste quesito, a falta de novos equipamentos de apoio à educação, manutenção e condição da infraestrutura de hardware e software estão entre as principais questões levantadas. Ainda, a qualidade da conexão de internet e instabilidade das redes, bem como a informatização precária das Unidades Básicas de Saúde, enquanto locais usados geralmente para as formações dos profissionais. Faltam recursos físicos, como computadores para acesso aos conteúdos, e os softwares ou domínios de web necessários são muitas vezes de acesso restrito, como parte de uma política de controle e produtividade. Em outras palavras, os objetos educacionais e as ferramentas não são adaptados e falta responsividade e meios alternativos (on e offline) para acesso aos recursos, o que trata de questões relacionadas a interoperabilidade entre plataformas diferentes e à arquitetura que considere o acesso de forma integrada e fácil para docentes e discentes. A ausência de um plano de migração entre as plataformas ou versões é também um dificultador, já que a integração com o banco de dados da versão anterior muitas vezes faz com que o progresso do aluno seja perdido. Os polos presenciais também são apresentados como fator considerável dentro dos problemas de infraestrutura; nesse sentido, não apenas as condições físicas demandam atenção, mas também sua localização, uma vez que o deslocamento até estes espaços foi uma questão pontuada. Por fim, o suporte online é ainda precário, seja no âmbito individual ou de grupo.

No que diz respeito aos aspectos ergonômicos, nota-se a descontextualização dos elementos comunicativos com a realidade social e cultural do contexto profissional. O que quer dizer que os alunos não conseguem se ver representados nos elementos usados. No que diz respeito ao layout, observa-se que frequentemente não é amigável ou convidativo. Ainda, falta a padronização da navegação e comunicação usada na estrutura das ofertas, o que dificulta a compreensão e o fluxo das atividades e acesso aos conteúdos. A garantia de uma interface adaptável a outros dispositivos, ou seja, responsividade, adaptabilidade de imagens, é uma necessidade evidenciada, no que tange a qualidade visual de sua leitura.

Quanto os aspectos que aqui nomeamos como políticos é importante ressaltar que eles se associam à questões processuais, normativas e administrativas. Em primeiro lugar podemos apontar as dificuldades na gestão partilhada das ofertas. Desde a identificação da demanda, alguns problemas são enfrentados. O primeiro está associado à relação entre o órgão demandante da formação e o órgão ofertante. A forma como a necessidade é traduzida gera a dificuldade de relacionar objetivos e processos. Na sequência, o problema evidenciado é o da contratação, geralmente realizada por meio de convênios ou que torna ainda mais burocrático e precário o desenvolvimento dos cursos. O financiamento é um elemento estruturante e foi explicitado como problemática principalmente nas esferas estadual e municipal. No âmbito estadual a dificuldade surgiu no contexto da execução de convênios, na exigência de contrapartida financeira, prevista na Lei de Diretrizes Orçamentárias. Coloca-se como problema o fato de não haver um mecanismo formal para a prestação dessa contrapartida em forma de conhecimento, documentada por meio de hora-aula (calculada sobre a titulação do professor) ou de produção e disponibilização de material didático. Uma vez superados estes obstáculos contratuais, a dificuldade encontrada refere-se à certificação, colocando como desafio das instituições a necessidade de estarem em consonância com as normas de certificação, o que sinaliza dificuldades relacionadas às próprias normas. A situação é ainda agravada quando estão envolvidas no processo diferentes instituições. 

Para além do fluxo de demanda, contratação e certificação, alguns problemas se relacionam aos aspectos sociodemográficos. Diferenças socioeconômicas entre as regiões são percebidas como impeditivo para a padronização da qualidade das TICs, bem como para o alcance geográfico das ofertas formativas. O que evidencia a necessidade de realizar e distribuir as formações, considerando o alcance em regiões remotas.

Este é o último de uma sequência de três textos relacionados aos Desafios da EAD. O primeiro, sobre os “Problemas da formação à distância na saúde: metodologia do estudo integrativo”, e o segundo intitulado “As categorias relacionadas aos desafios da EAD na saúde”. Nele, buscou-se apresentar a complexidade inerente aos problemas das formações à distância e os aspectos relacionados a cada indicador, o que notadamente articula questões de ordem social, cultural e estrutural que distanciam a teoria da prática das ofertas em EAD. 

“Este é um texto de divulgação científica que adota uma estética jornalística. Foi editado e produzido por Juliana Vargas com o objetivo de divulgar uma pesquisa acadêmica realizada por Karina Fernandes dos Santos, orientada por Francini Lube Guizardi, no âmbito do Projeto Avaliação e prospecção de tecnologias web para a Educação Permanente em Saúde”.


Mar Aberto outubro 2, 2020 14:47




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