Resumo
O apoio matricial em saúde mental é uma prática bastante difundida em Joinville. Porém diversos fatores mostraram a necessidade de um aprofundamento teórico de toda rede: a interrupção dos encontros regulares entre Atenção Primária em Saúde e saúde mental pós pandemia, a rotativa e escassez de profissionais ocasionando cancelamentos das ações de matriciamento e espaçamento dos encontros entre as equipes. Ações como construção de plano terapêutico em conjunto com a APS, visitas domiciliares, consultas conjuntas, elaboração de genogramas, ecomapas, educação continuada, construção de grupos de saúde mental na APS, discussões que vão além da orientação de fluxos da rede ou de “quem encaminhar ao CAPS”, estavam esquecidas e por vezes eram ignoradas.
A partir dos relatos dos profissionais da saúde mental em ver uma importante ferramenta ser subutilizada e das diversas falas de profissionais da APS de que o matriciamento não tinha utilidade, iniciou-se um movimento para capacitar toda a rede. As capacitações foram ofertadas inicialmente aos profissionais da APS e em seguida percebeu-se a importância de capacitar coordenadores da APS e as equipes de saúde mental. Aos novos profissionais, as capacitações serviram para mostrar a ferramenta potente que é o matriciamento e instigar, requisitar das equipes de saúde mental muito mais que informações sobre perfil de usuários.
Aos profissionais que já possuem uma caminhada na saúde pública, seja na APS, ou na saúde mental, as capacitações fomentaram novas ideias e o estímulo necessário para ofertar a clínica ampliada de qualidade que o usuário tem direito.