Resumo
Cuidar em liberdade é atuar no viés da desinstitucionalização, no compromisso da reforma psiquiátrica e na manutenção dos princípios da clínica ampliada. A capoeira, quando integrada ao contexto terapêutico e à cultura brasileira, torna-se um poderoso recurso de cuidado. A comunicação se fez presente, conduzida ao som de tambores, palmas, corpos e vozes. Onde o corpo-oralidade se revelaram como método de preservação da identidade étnica, dos valores e saberes ancestrais, combinando música, canto e movimento. Através da capoeira, desenvolvem-se habilidades como espontaneidade, expressividade, resistência, prontidão e improviso, promovendo interação, socialização e fortalecimento de vínculos.
Visando expandir a oficina de Capoeira do CAPS AD III, os encontros foram abertos aos moradores das residências terapêuticas, o que resultou em interações intergeracionais e maior solidariedade entre participantes com diferentes perfis e limitações, neste sentido, a capoeira se tornou mais que uma prática corporal, tornou-se uma aliada significativa na promoção da saúde. Entre os principais resultados, destacam-se: intergeracionalidade, solidariedade, acolhimento dos residentes desde sua chegada, ampliação do convívio social e a criação de um ambiente permeado por trocas significativas. Além disso, em celebrações, como almoços coletivos e aniversários, reforçam o senso de pertencimento e favorecem um espaço de aceitação e empoderamento, ampliando as possibilidades para pessoas em processos contínuos de reconstrução pessoal e social.
A proposta da integração entre usuários da Raps com diferentes perfis e histórias, têm representado contribuições importantes para o coletivo, que se evidencia através da alegria e sorrisos, na esperança e no aguado de um novo encontro.
