Resumo
Este trabalho apresenta uma intervenção no território de um usuário do Centro de Atenção Psicossocial (CAPS II) em Esmeraldas–MG, em uma ação colaborativa, envolvendo a Rede de Atenção Psicossocial (RAPS), que integra a Saúde e a Assistência Social no Sistema Único de Assistência Social (SUAS). A ação ocorreu no bairro Castelo Branco, uma área com alta vulnerabilidade social, e contou com uma equipe multidisciplinar, composta pela referência técnica em saúde mental da Atenção Primária, pelo Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS) e pela Secretaria Adjunta de Políticas sobre Drogas. O objetivo foi estabelecer um vínculo com o usuário, que estava em situação de rua e afastado do serviço de saúde mental, buscando sua reinserção e continuidade do cuidado.
Seguindo os princípios do SUS e da RAPS, a intervenção foi realizada no território do usuário com vistas a favorecer uma abordagem respeitosa, promovendo a acessibilidade do cuidado. Durante a abordagem, o vínculo com o usuário foi essencial, especialmente diante da resistência inicial representada por seu cachorro, que impedia a aproximação da equipe. Com paciência e respeito, sentei-me no chão ao lado do usuário, o que facilitou a criação de um espaço seguro para o diálogo. A experiência demonstra a importância do vínculo terapêutico como ferramenta estratégica para promover a reintegração ao sistema de cuidados em saúde mental e fortalecer o papel da equipe multidisciplinar no atendimento direto ao usuário em seu ambiente.