Resumo
Este estudo de caso apresenta uma experiência inserida no contexto da Rede de Atenção Psicossocial (RAPS), mais especificamente em um Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas (CAPSad) de Itabira/MG. A iniciativa consistiu na implementação de um projeto de musicoterapia social, que utilizou a música, a coletividade e o carnaval como ferramentas terapêuticas para promover a saúde mental e a inclusão social dos usuários. A partir de um estágio supervisionado em musicoterapia, foi criada uma banda musical composta por usuários do CAPSad. A iniciativa contou com a participação de voluntários e o apoio de um bloco carnavalesco local, que doou instrumentos musicais. Através de atividades musicais como percussão, canto e construção de instrumentos, os participantes desenvolveram habilidades musicais e socioemocionais, além de fortalecer os vínculos sociais e comunitários.
Os resultados obtidos evidenciam a importância da musicoterapia como estratégia de cuidado na atenção psicossocial, alinhada aos princípios do Sistema Único de Saúde (SUS). A prática musical promoveu a autonomia, a autoestima e a qualidade de vida dos usuários, contribuindo para a redução de danos associados ao uso de substâncias psicoativas e a promoção da saúde mental. A experiência da banda “Gentileza” demonstra o potencial da cultura e das artes como ferramentas de transformação social e de promoção da saúde, corroborando com as diretrizes da Política Nacional de Saúde Mental. Ao proporcionar um espaço de expressão, criatividade e socialização, a musicoterapia social contribui para a desestigmatização das pessoas em sofrimento mental e para a construção de uma sociedade mais inclusiva e solidária.