Resumo
O grupo de teatro do CAPS Novo Mundo é coordenado por dois profissionais da equipe técnica do CAPS (artes cênicas e psicologia). Tem encontros semanais de uma hora e trinta minutos. Utiliza exercícios e técnicas teatrais do teatro do oprimido, trabalhando situações vivenciadas no quotidiano por meio de expressões cênicas. O envolvimento dos participantes é intenso, sejam nos exercícios de aquecimento e desmecanização do corpo ou dramatizações. As principais temáticas consistem em situações de discriminação, dificuldades de relacionamento com familiares, de inserção no mercado de trabalho, de acesso ao transporte público e no atendimento em instituições públicas. A dificuldade financeira é fator importante nas relações de opressão vividas pelos usuários, que acabam se submetendo a relações autoritárias por não conseguirem se manter financeiramente de forma autônoma.
O teatro do oprimido possibilita experimentar novas formas de expressão, amplia a percepção de alguns usuários sobre a forma que se colocam na vida. A possibilidade de reviver situações no contexto grupal com encenações de conflitos diários, possibilita o fortalecimento da autoconfiança, a tomada de consciência de opressões vivenciadas nas suas relações e novas formas de agir diante de tais problemas. As discussões oportunizam debates sobre o descaso com o serviço público e o papel dos usuários e trabalhadores no processo de fortalecimento do SUS e da RAPS. Percebemos um grande envolvimento deste grupo nos eventos da saúde mental. O grupo já se apresentou em diversos eventos, Saraus, Congressos, Semana da Luta Antimanicomial em Goiânia no interior do Estado.