Resumo
Surgiu da necessidade de garantir cuidado a pessoas com comunicação verbal ou escuta alteradas devido a sintomatologia e com conflitos familiares. Assim, as facilitadoras (uma terapeuta ocupacional e duas assistentes sociais) criaram este grupo favorecendo a interação e a expressividade até mesmo através da linguagem não verbal. Potencializando os benefícios, as sessões grupais foram realizadas em um espaço externo ao serviço, também propiciando relação de pertença à comunidade local. Como recurso terapêutico utilizam-se práticas corporais, dinâmicas de grupo, cantigas de capoterapia (prática integrativa de origem nacional que promove bem estar com o uso de canções acompanhadas por berimbau), cantigas de roda e canções folclóricas ou de domínio público embalando rodas e movimentos corporais. Tudo como promoção do cuidado em saúde mental de usuários e familiares.
As sessões grupais são finalizadas por roda de conversa acerca das vivencias. Reúnem entre 15 a 20 participantes, semanalmente, nas proximidades das instalações do Caps, em uma área de acesso público: A Estação Cultural de Icoaraci. Sendo esta uma articulação intersetorial entre saúde e cultura. Ocorre desde 2023 até a presente data. Após vivências continuadas foi possível identificar entre os participantes que o contexto lúdico permeado por modalidades artísticas e referências culturais oportunizou novas formas de expressão por meio da dança e dos jogos corporais, favorecendo indiretamente a expressão verbal que passou a apresentar-se com maior liberdade e fluidez. A participação de familiares também viablizou momentos de interação refletindo-se em reforço de vínculos desgastados e a percepção do familiar também em suas necessidades de cuidado.