Resumo
Anteriormente, a população buscava o CAPS quase exclusivamente para o atendimento psiquiátrico e renovação de receitas de medicamentos psicotrópicos. Esse modelo reduzia o cuidado integral, limitando-se, muitas vezes, a uma breve interação para renovação de receitas, sem uma avaliação psicossocial especializada ou um acompanhamento por profissionais especializados. Uma das questões centrais identificadas foi a falta de um fluxo adequado para renovação de receitas, bem como a ausência de uma organização mais clara no processo de trabalho. Também foi constatada a necessidade de fortalecer a comunicação com as UBS, a fim de garantir um cuidado, intersetorial e contínuo. Assim, foi criado um novo fluxograma, baseado no mapeamento de fluxo de valor sendo realizado diálogos entra a equipe junto ao gestor da unidade Como resultado desse processo, foi implementado o protocolo de renovação de receitas.
Hoje, a comunicação com a UBS ocorre principalmente por telefone e envio de contrarreferência, detalhando a condição clínica e a continuidade do cuidado no território. Essa transformação não reflete apenas um compromisso antimanicomial, mas também uma mudança no olhar para além do tratamento medicamentoso, promovendo o CAPS como um espaço de acolhimento, empatia e participação na vida dos usuários. O que impulsiona a equipe é o sentimento de empatia – a capacidade de compartilhar e compreender as dores, as alegrias e as particularidades de cada pessoa. No CAPS, valorizamos a cultura, a crença, a arte e a singularidade de cada usuário, e os profissionais se envolvem nessas práticas que confirmam e celebram a identidade de cada um.
